Soneto de Anelo e Saudade
Já não faz horas, e no meu silêncio,
Eu noto a ausência tua em meu morar.
Teu peso é luz no peito em desalento,
Um eflúvio cruel a me habitar.
Leva contigo a fúria do amor,
E deixa-me esta paz que mal sossega.
Não resta mais o medo nem o horror,
Mas só o tempo em nós, que se renega.
Rabiscos vão na folha ameaçada,
Em rima orbital, prece que se lança,
Fragmento de uma vida cobiçada,
De quinze em quinze, cresce a esperança.
Da poeira imóvel, da alma tocada,
Do amor que me oferece tua dança.
Ezequiel Guimarães - 2025
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